O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

30.11.05

Praça do aeroporto – A corrida rendeu pouco mais de cinco euros, até à Almirante Reis. A cliente, estrangeira, estranhou o preço e questionou-me: «Como é possível? Há dois meses, quando vim pela primeira vez a Lisboa, paguei 30 euros... E agora só pago cinco...»
«Se calhar, foi em dia de muito trânsito...», ripostei, sem convicção.
Não ficou convencida, a minha cliente estrangeira: «No meu país, os aeroportos são longe do centro das cidades. Não estranhei... Mas verifico, agora, que fui ludibriada...»
Limitei-me a encolher os ombros e a esboçar um sorriso amarelo. De vergonha!
É urgente dignificar a profissão. Nestes poucos meses de taxista, já ouvi estórias de bradar aos céus. Ainda assim, acredito que a grande maioria dos taxistas é formada por gente honesta e competente, sujeita a grande pressão e a alguns perigos. Mas há sempre excepções... É preciso banir as ervas daninhas, para bem da cidade e deste país «sucessivamente adiado»...