O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

18.12.05

Desculpem qualquer coisinha, alguns amigos que já fiz nas praças de Lisboa, nestes poucos meses de taxista. Não gostam da palavra «fogareiro»? Paciência! Lido com ela há largos anos. Gosto menos da palavra «taxista». Não me soa bem. Mas à falta de melhor... Não me venham é com essa do «técnico de condução»... Por amor de deus!
É de família! Já aqui falei do meu tio «Crespo» (falecido). Faltou dizer que tenho mais três tios ex-«fogareiros» – O Joaquim «Canhoto», o João «Gaiolo» e o João Alfredo. Gente de primeira água. Reformados.
Há dias, na Praça do Areeiro, estava à conversa com um taxista veterano (mais de 40 anos de praça). Falei-lhe nos meus tios «fogareiros» e ele conheceu-os todos, sendo até amigo de um deles (moram na mesma rua). Gostei de falar com aquele «colega» mais antigo, homem de muitas vivências e profundo conhecedor de Lisboa.
Por vezes, quando viajo no «meu» táxi, lembro-me dos meus tios «fogareiros». Sou amigo de todos, gosto imenso deles e sei muito bem que eles também são meus amigos. Tal como foram do meu pai (e vice-versa), que pela primeira vez não passa o Natal comigo.