O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

8.12.05

Praça da Figueira – O casal entra no táxi com muitos embrulhos. Cheira a Natal! «Ele» senta-se à frente. Gosto quando alguém opta por sentar-se a meu lado. Sei logo que é pessoa predisposta para uns minutinhos de conversa. E isso agrada-me, a viagem torna-se menos cansativa.
«Ele» era, de facto, bom conversador. «Puxou» por mim e tentei dar-lhe a réplica possível, na longa viagem (devido ao trânsito) até Belém. Foi professor de literatura portuguesa, hoje na reforma. Gostei de transportar aquele casal afável. Despedimo-nos com um aperto de mão.
Disse-me:
– Nota-se que é homem de leituras...
Respondi-lhe:
– Obrigado, mas sou apenas um curioso... Preciso de ganhar para a bucha e o tempo livre é curto para descansar...