O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

30.5.11

Praça do aeroporto – Vem carregada de bagagem, vulgo «bagulho» na gíria taxista. É brasileira, muito sensual, e tem à espera um português-figura-pública. Entra no táxi «faminta» de beijos. Durante o percurso que atravessa a cidade não param de se acariciar. Pelo indiscreto espelho retrovisor vejo que há ali paixão forte. Não interrompo, por nada deste mundo... Ligo o rádio baixinho, para nem sequer me aperceber dos sussurros...
Final da «corrida». Retiro as malas do porta-bagagem. Não quer troco, o meu cliente. Despede-se com um «obrigado» e... uma piscadela de olho.
É bom estar apaixonado. Faz subir a adrenalina e... faz bem ao coração, segundo dizem os entendidos.