O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

23.1.06

Ainda sou novo nestas andanças de taxista e não sei se aguentarei muito tempo. Vamos por partes... As estórias que escrevo em «ofogareiro» apenas servem para libertar o stress de uma actividade muito cansativa e pouco lucrativa. Começar às sete da manhã e largar às cinco da tarde para ganhar escassos euros... é duro!
Tento explorar o lado giro desta vida de fogareiro, de forma a não morrer de tédio. Sim, também sinto solidão, apesar de passar o dia a viajar pela cidade.
Há clientes e... clientes. Tenho dois muito especiais: A Zezinha (para os amigos) e o Rui. De vez em quando telefonam-me e aí vou eu ao seu encontro. A Zezinha, em vez do carro particular, prefere o táxi para as suas voltas na capital. Sempre lhe dá margem para fazer os seus inúmeros telefonemas de serviço. O Rui é diferente – as nossas corridas servem para pôr a escrita em dia. Ontem, telefonou-me. Pensei que era para ir buscá-lo à Amadora ou ao aeroporto. Afinal, foi para me dar a notícia de que vai ser operado ao coração. Senti que o meu amigo está preocupado. Não é caso para menos... Falei-lhe na experiência de um familiar que também foi operado ao coração, no Hospital de Santa Cruz. Está como novo, o meu tio João Alfredo!
Força, Rui! O coração de algumas pessoas é grande, como o seu e o do meu tio, mas de vez em quando lança um alerta. Depois de corrigida a falha, volta à normalidade. Vai correr tudo bem!
Um abraço!