O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

19.1.06

Há um pouco a ideia, errada, de que o taxista é pessoa com fraca formação, barriguda. Há de tudo, é certo, mas não podemos generalizar. Hoje, no Centro de Saúde de Sete Rios, uma senhora ficou admirada por eu ter ajudado um cliente, com muletas, a sair do carro. Nada de especial, mas para ela aquele foi um gesto fora do habitual.
A referida senhora tomou o táxi logo a seguir e durante a viagem elogiou a minha atitude. Disse-lhe que nada fiz de especial, mas ela não ficou convencida e falou-me de maus exemplos de taxistas. «Há dias, tive com a impressão de que o taxista estava drogado...»
Contra-argumentei, dizendo que esta é uma profissão como outra qualquer, portanto, vulnerável às «chagas» da sociedade. Porém, os meus argumentos não poderiam ser muito convincentes, porque também eu já tive a sensação de que a droga circula entre alguns taxistas...