O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

22.2.06

Hoje respondi a uma chamada da Rádio Táxis, no Hotel Continental. Dirigi-me à Avenida 5 de Outubro, onde me aguardava uma senhora idosa que se movia com dificuldade. Ajudei-a a entrar no táxi, «corrida» curtíssima, foi só atravessar o quarteirão até junto dos correios da Avenida da República. A senhora era muito simpática, dei-lhe o braço e ajudei-a a subir as escadas até ao elevador. Não custa nada! Apenas cumpri o meu dever... Taxista também presta serviço público!

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É uma daquelas pessoas «azedas», zangadas com a vida. Lá terá as suas razões... Na viagem até à Av. Infante Santo não parou de me azucrinar os ouvidos. Contou-me que um taxista a deixou na Calçada de Carriche, recusando-se a levá-la a uma localidade próxima de Loures. «Veja bem!» Disse-lhe que uma andorinha não faz a Primavera, mas a pensar no que teria sucedido ao pobre taxista para se recusar a fazer um bom serviço fora de Lisboa... A paciência também tem limites! Por mim, se a viagem continuasse, tenho a impressão de que lhe oferecia a «corrida» só para me ver livre daquela criatura quadrada...