O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

9.2.06

Lisboa acordou cinzenta e com salpicos de chuva. Melhor para os taxistas! Comecei bem e às 11 horas já tinha quase meia «folha». Paro na praça da 5 de Outubro. Àquela hora, costumam cair muitas chamadas da Rádio Táxis. Estou em primeiro lugar, entram dois clientes, um português e outro espanhol. «Leva-nos a Setúbal?!»
Clientes simpáticos, mas embrenhados nos seus negócios. Quase não deu para estabelecer diálogo. Tenho por hábito não incomodar as pessoas, quando estas aproveitam a viagem para trabalhar. Já aqui contei a estória de uma professora que preparou a aula no interior do táxi. No final, agradeceu-me pelo facto de não a ter importunado.
Praça do Bocage. Deixo os clientes e vou estacionar o táxi. Sei que tenho duas/três horas de espera, antes de prosseguir viagem para Alcochete. Gosto de Setúbal e em especial da Praça do Bocage e da Avenida Luísa Todi. Decido percorrer aquela zona histórica da cidade do Sado. Escolho uma «tasquinha» para almoçar. O peixe ainda cheira a mar... Aguardo pelos meus clientes na Praça do Bocage, onde tomo mais um café e leio a «Visão». A OPA da SONAE sobre a PT está na ordem do dia...
Nova corrida até Alcochete, mais uma horinha de espera e regresso a Lisboa. Um dia diferente nesta vida dura de «fogareiro», sem o «stress» do trânsito frenético da capital...