O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

14.3.06

Casal de idosos, franceses (de Paris), com ar de quem goza as delícias de uma reforma dourada. Estão alojados no Pestana Palace, um dos mais caros e requintados (dizem) hotéis de Lisboa. O destino é o Palácio Fronteira, em S. Domingos de Benfica. Chegámos cedo, a visita guiada só começa às 11 horas da manhã. Querem saber se ainda há tempo de espreitar o Parque Eduardo VII. Lá fomos... Estaciono junto à estátua de José Cutileiro, evocativa do 25 de Abril. Ele pergunta se aquele monumento está relacionado com o tsunami... Fico embaraçado e, no meu francês pouco fluente, lá lhe consigo explicar que não, que se trata de uma obra evocativa do 25 de Abril.
Notei (ou terá sido impressão minha?) que o francês não ia à bola com o 25 de Abril.
Preparamo-nos para rumar de novo ao Palácio Fronteira, quando o francês dispara nova pergunta: «Salazar não tem um monumento em Lisboa? Ou uma rua?»