O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

25.3.06

«Memórias de um craque»

Transportei a jornalista Rosa Ruela para o aeroporto. Sou leitor assíduo da «Visão», já li muitos dos seus textos. Falou sem rodeios com o taxista, foi agradável conhecê-la. Fim da viagem e a Rosa dispara: «Sou filha do Fernando Assis Pacheco.»
Fiquei sem palavras. Cruzei-me com Assis Pacheco, no Bairro Alto, onde trabalho há mais de 40 anos. Ele frequentava os alfarrabistas. Senti muito a sua morte. Também estive na guerra colonial, li a sua poesia, os seus livros, as suas reportagens. Admirava o homem, o poeta, o romancista, o jornalista. E a sua voz inconfundível.
Emocionei-me! Afinal, Assis Pacheco era (é) uma das minhas referências – um dos meus «craques» da escrita. E estava ali a recordá-lo, na presença da filha, também jornalista. Grande jornalista!