O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

16.3.06

Praça do Hotel Sheraton. Estou em último lugar e uma camioneta da Superbock não consegue passar. Arranco e dou a volta ao quarteirão, de forma a permitir a passagem do veículo pesado. De nada me apercebi, mas quando reentro na praça há uma grande confusão e muita gente a assistir. Soube, depois, que um dos elementos do «pesado» me tinha dirigido palavras insultuosas, do género «fogareiro do c...», das quais não me apercebi.
O meu «colega» (é assim que se tratam os taxistas) tomou a minha defesa (enquanto dei a volta ao Imaviz), o fulano da Superbock não gostou e insultou-o. Com quem ele se meteu... O meu «colega», corpanzil de fazer inveja a muitos boxeurs, «aviou-o» logo ali. Ficou «KO», estendido no passeio.
Nisto surgiu outro fulano da Superbock, brasileiro, armado com um ferro na direcção do meu «colega». Receei o pior e tentei demovê-lo, de longe, não fosse o diabo tecê-las... Entretanto, já o primeiro se tinha levantado, meio atordoado, mas ainda insultuoso, por sentir-se agora apoiado. Chamou «filho da p...» ao meu «colega». Só visto! O taxista nem lhes deu tempo de esboçar uma reacção. «Aviou-os» com a esquerda, valendo-lhes a intervenção de outros taxistas que entretanto chegaram.
Não costumo resolver as «coisas» a murro. Sei que fico a perder... Mas quem tem um «colega» assim, pode andar por aí tranquilo...