O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

13.4.06

Eu, pecador, me confesso!

Nesta vida de «fogareiro», estou atento às rádios e também não dispenso a leitura de um jornal diário. Um dia destes fui surpreendido com uma notícia da TSF e, confesso, não contive uma valente gargalhada... A Igreja Católica elencou três novos pecados! «Help me!» Vou direitinho para o inferno... Vejo pouca televisão, é certo, mas passo a vida a ler jornais e a navegar na Internet... Em contrapartida, a Igreja Católica entende que há perdão para a violência sobre as crianças... Não dá para entender!!!

Passar demasiado tempo a ler jornais, a ver televisão ou a navegar na Internet pode ser considerado pecado, com a obrigatoriedade de ser confessado. O Vaticano recupera, assim, um ritual do passado com uma lista de novos pecados, sinal dos novos tempos. Já outros novos pecados faziam parte da lista que os penitentes dizem, ou deviam dizer, ao confessor, como é o caso do excesso de velocidade ou a fuga aos impostos.
O cardeal americano James Francis Stafford, o penitenciário-mor do Vaticano, desfiou na terça-feira, na Basílica de S. Pedro, mais três novos pecados ligados às novas tecnologias: o excesso de Internet, de televisão e de jornais, nunca igualado por qualquer tempo despendido na leitura da Bíblia, uma prática, aliás, aconselhada pela Igreja Católica, até para substituir qualquer penitência mais tradicionalista.
Tudo isto aconteceu no Vaticano, numa celebração penitencial que era tradicional em Roma até ao Renascimento e agora recuperada pela Santa Sé. Sessenta confessores puderam, assim, atender pessoalmente os penitentes que ainda consomem esta prática em baixa um pouco por todo o mundo católico.
Sobre o perdão, o mesmo cardeal levou ao extremo a exigência posta pelo Cristianismo de perdoar até a violência contra as crianças e os assassinatos de inocentes...

TSF