O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

12.5.06

Hoje, sim, senti-me um autêntico «fogareiro». Na praça do aeroporto, um compatriota açoriamo (do Pico) dirige-se-me, aflito. Tinha-se esquecido da carteira e de toda a documentação na residencial onde pernoitou, ali nas Portas de Santo Antão. O avião partia dentro de uma hora e aceitei a missão «impossível» de ir e vir, em hora de ponta, do aeroporto aos Restauradores. Inventei percursos alternativos, cometi não sei quantas infracções (ligeiras) às regras de trânsito, mas de forma consciente, sem prejudicar terceiros. Consegui levar o barco a bom porto e o açoriano, no final, duplicou o valor da «corrida» (dez euros), satisfeito por regressar a tempo à sua bela ilha.
O mais giro de tudo isto é que a polícia, àquela hora, tinha o radar instalado na Avenida Gago Coutinho, segundo me contou um «colega» e pude depois confirmar. Não dei por nada e só espero que os deuses se lembrem deste pobre taxista...