O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

4.5.06

Vem vestido a rigor, com «hábito» e tudo. O padre Gabriel é bom conversador e quase não dei pelo tempo na viagem Belém-Laranjeiras. Aproveitei a «deixa» para lhe colocar algumas questões relacionadas com a recente posição do Vaticano sobre a Internet. Não fiquei totalmente convencido (é difícil...), mas foi interessante ouvir os seus argumentos.
Os padres são figuras cultas. Não sou crente, mas gosto de ouvir pessoas com quem aprendo alguma coisa, mesmo que não esteja de acordo e desde que me dêem hipótese de contra-argumentar.
Há tempos transportei outro padre (João Seabra) para o Chiado, logo pela manhãzinha. Mal entrou no carro começou a cantarolar. Estranhei o seu comportamento e comentei algo do género: «Nota-se que acordou bem-disposto...» Foi o pretexto para uma conversa. Uma autêntica dissertação sobre a vida e o sentido de viver. Também não concordei com muitos dos seus argumentos, mas valeu a pena dialogar com aquele padre polémico e conservador que eu já conhecia da comunicação social.
Vale sempre a pena! Quando a alma não é pequena...