O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

15.6.06

Lisboa acordou de cara lavada, graças à forte chuvada da noite de terça-feira. A temperatura baixou, respira-se melhor, circula-se mais à vontade, mas em contrapartida os feriados deixaram os taxistas quase sem trabalho. Adiante!
Olhos azuis penetrantes, chapéu vermelho excêntrico e... sempre, sempre a sorrir. Inicio a subida da Calçada da Estrela e arrisco:
– Tem um chapéu muito bonito, à Benfica! Está muito bem-disposta...
A Joana sorri, sorri... e limita-se a responder:
– Comprei-o na Feira da Ladra...
– Qual a receita para a sua boa disposição – insisti, à espera de desvendar o que lhe ia na alma.
– A receita é... o chapéu! – diz-me com um sorriso maroto.
À chegada à Rua Silva Carvalho, em Campo de Ourique, alguém gritou a plenos pulmões, de um terceiro andar: «JOOO...AAA...NA!»