O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

22.9.06

Manhã caótica em Lisboa, no primeiro dia de Outono. Greve no Metropolitano, chuva intensa e vento forte (os efeitos colaterais do furacão «Gordon»...). Muito trabalho para os taxistas. Se ao menos pudéssemos circular... Uma hora do aeroporto às Amoreiras e os executivos espanhóis em desespero, por não chegarem a tempo à reunião programada. Foi a primeira vez que vi Santa Apolónia sem táxis... Uma fila enorme e um beirão em primeiro lugar. Há seis anos perdeu uma perna num acidente de moto e veio a Lisboa substituir a prótese. Custou-me imenso a «corrida» até à Av. Marquês de Tomar. Não tanto pela conversa, que girou à volta de motos e suas desgraças – mais pelo cheiro nauseabundo que o homem exalava. Terminada a «corrida», limpei o banco (sentou-se a meu lado) com detergente e exagerei no spray bem-cheiroso, mas o odor era tal que ainda agora está entranhado no meu... cérebro.
Ossos do ofício!