O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

19.10.06

Aperaltaram-se com o fato domingueiro para vir à consulta em Lisboa, no Hospital Ordem Terceira, as duas mulheres de sessenta e tal anos, residentes na região de Pombal. Vieram prevenidas — trouxeram a comidinha num cesto de verga. Estão de regresso à terra e... são muito divertidas.
À passagem pelo Marquês de Pombal, uma delas desabafa: «Nunca mais acabam as obras do tonel!»
«Do tonel?!», reage a outra. «Túnel! Tonel é para armazenar o vinho! Ai que vergonha! Ó mulher, dás cada pontapé na gramática!»
E soltaram uma boa gargalhada.

***
Veio do Porto, no avião da manhã, para uma reunião da SONAE. É funcionário da empresa de Belmiro Azevedo. Viagem demorada até Carnaxide, devido ao trânsito. Tempo para algumas conversas: a OPA sobre a PT, o jornal «Público» (da SONAE), a crise de emprego no Norte do País...
Como é natural, o homem é um defensor acérrimo das políticas de Belmiro. «Paga bem, o seu patrão?», provoquei. «Depende! Mas a SONAE, por norma, paga salários baixos, porque aposta na rotação do pessoal...»
Fiquei esclarecido!