O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

12.10.06

Festa de aniversário do Lux. Gente fina é outra coisa! «Podia entrar qualquer pessoa?», provoquei a cliente, vestido futurista cheio de brilhantes, mas amachucado, depois de uma noite d’arrasar.
[Pobre taxista que se farta de «carregar» na discoteca de Santa Apolónia e não teve direito a um convitezinho, nem que fosse para beber uma cervejola...]
«Não! Só por convite...», respondeu-me a cliente, olhos semifechados (seria do álcool ou do sol da manhã?) e desejosa de chegar à Lapa (sim, porque vir da festa do Lux, «só por convite», e morar na Pechileira... não faria sentido).
Crise? Qual crise! Só para o zé-povinho que se farta de azucrinar os ouvidos do taxista com a maldita crise e mais as engenharias do «primeiro» Sócrates. Do que este país precisa é de mais festas (e de um Benfica bem forte).
No próximo ano, se ainda aqui estiver nesta vidinha de «fogareiro» (duvido muito...), garanto que hei-de arranjar um convite para a festa do Lux. Mesmo que para isso tenha de corromper a relações-públicas ou o porteiro da discoteca mais famosa de Lisboa. Sim, porque essa coisa do combate à corrupção, mesmo com o novo procurador Monteiro, ainda vai durar uns anitos...