O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

17.2.08

«Estórias»

«Então a palavra história agora escreve-se sem agá?!», questionou-me pessoa amiga, a propósito do subtítulo deste blog («Estórias de um motorista de táxi de Lisboa»).
Tive o privilégio de privar com Carlos Pinhão. Os seus livros contam-nos «estórias» deliciosas. Beber no quotidiano e transformá-lo, era a sua arte; escrever sobre futebol fazia igualmente parte dos seus múltiplos talentos: jornalismo, teatro, literatura juvenil, humor, poesia...
A primeira vez que li a palavra «estória» (hoje de uso corrente) foi num texto de Carlos Pinhão. Questionei-o e ele disse-me que era para distinguir a(s) pequena(s) história(s) da grande História (cronológica).
Aliás, como tantas outras expressões que ele inventava para dar cor à prosa, torná-la mais atraente. Afinal, a língua não é imutável e, hoje em dia, a palavra «estória» até já está registada nalguns dicionários.

PS – Carlos Pinhão nunca teve carro – vivia em Alvalade e viajava nos transportes públicos, mais de táxi, quando saía do jornal a altas horas da noite. «Ai que saudades, ai... ai...» deste homem maravilhoso, perpetuado numa rua de Lisboa, nas Olaias.