O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

3.4.07

Lisboa a meio-gás nesta semana da Páscoa. Valham-nos os espanhóis, que estão a «invadir» a capital portuguesa e não só... As «coisas» estão a melhorar em termos de turismo, depois de primeiro trimestre fraquinho, como sempre acontece, dizem os mais velhos.
Hoje, nos Jerónimos, «carreguei» um casal estrangeiro (ele mexicano, ela brasileira). Estavam em trânsito para Espanha, não tinham muito tempo e optaram por uma viagem de táxi à capital e arredores. Coube-me transportá-los ao Cristo Rei, depois de ontem terem visitado Sintra.
São pouco conversadores, mesmo entre eles. Limitam-se a frases curtas, de circunstância. Quando o diálogo não flui, fecho-me no meu «cockpit» e... siga a viagem. Às tantas, quando desço do Cristo Rei para Almada, ele surpreende-me com uma pergunta: «Em Portugal há poucos niños? Não se vêem niños nas ruas... No México, as ruas estão cheias de niños...»
Respondi-lhe que estamos em tempo de férias escolares, mas o mexicano não pareceu muito convencido. Será que os portugueses já esqueceram a fórmula como se fazem os niños?