O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

18.5.07

Quase todos os dias chegam paquetes de cruzeiro a Lisboa. Demoram pouco tempo e partem rumo a outros destinos. Gente idosa, na maior parte, a gozar reformas dignas.
Hoje atracou, na Rocha Conde de Óbidos, o paquete português «Funchal», ao serviço de uma empresa grega. Trazia a bordo mais de quatrocentos australianos. Fui lá «carregar» três vezes. Numa delas calhou-me um português, José Loureiro de seu nome, que é o pianista/organista do barco. Há seis meses que não vinha a Portugal e, mesmo assim, demorou escassas três horas na capital portuguesa. Tempo, apenas, para ir ao apartamento levar as malas e matar saudades da família. Já está a caminho de Inglaterra e regressa na terça-feira, de avião, então sim para descansar um mês das lides marítimas. E conhecer a netinha de quatro meses, que vive em Lourosa.
José Loureiro é homem de muitas vivências. Foi músico de Herman José (no «Parabéns»), tocou no Casino Estoril, em hotéis, em grandes casas da capital, em festas privadas... Um dia decidiu fazer-se ao mar, mas começa a ficar cansado da vida de «marinheiro»... Tanto mar também cansa!