O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

14.6.07

Lisboa a meio-gás, devido aos feriados. Valem-nos os estrangeiros e em especial o congresso internacional de radiologia, no Centro Cultural de Belém. Transporto duas médicas israelitas. Estão pela primeira vez em Lisboa. Uma delas, Michal (lê-se Migal), não se cansa de elogiar a capital e os portugueses. Comeu sardinhas e esteve na Avenida da Liberdade, na noite passada, a ver desfilar as marchas de Santo António. «Toda!» (obrigado em hebraico).
Hotel Altis. Transporto dois casais gregos ao Oceanário, no Parque das Nações. Entendemo-nos em espanhol e fiquei a saber que estão pela primeira vez em Lisboa, com excepção de um deles, que esteve cá em 2004 a assistir ao Campeonato da Europa. O futebol dá muito jeito para estabelecer diálogo quando não há muito para dizer. Noto que o meu interlocutor percebe da matéria! Fala-me com simpatia de Fernando Santos, treinador do Benfica que deixou boa aura em terras helénicas. E também de Karagounis e Katsouranis,
jogadores gregos que vestiram de encarnado na última época. Relembramos a final de 4 de Julho de 2004. E o golo de Charisteas, que ditou a derrota de Portugal. Diz-me que não vai deixar Lisboa sem passar pelo Estádio da Luz, para mostrar aos amigos o local onde o futebol grego teve um dos seus momentos de glória. Despedi-me com cortesia dos meus clientes gregos. Ou com um sorriso amarelo? «Efharisto!» (obrigado em grego).