O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

8.6.07

Praça de táxis do Hotel Altis. Enquanto aguardo o cliente que tarda em chegar, observo o movimento da Rua Castilho, zona de escritórios. Um grupo de jovens executivos aproxima-se. Fatos em tom cinzento, gravatas berrantes de cores fluorescentes (vermelho, rosa, verde-alface...), em dia de muito calor. A gravata tornou-se um adorno obrigatório em certas categorias profissionais.
Não me sinto bem com aquela coisa pendurada no pescoço, mas há dias teve de ser! Casamento oblige! Aguentei estoicamente a cerimónia, mas quando cheguei ao restaurante o estranho objecto voou, como que por milagre, para o bolso do casaco, enquanto os meus parceiros de mesa mantiveram a postura até ao fim. Louvo-lhes o sacrifício!
Afinal, não estou sozinho nesta aversão às gravatas... Verifiquei, com agrado, que tenho pelo menos um compagnon de route. Na final da Taça de Portugal, conquistada pelo Sporting, mal o árbitro apitou para o fim do jogo o técnico Paulo Bento tratou de tirar a gravata verde-alface que adoptou desde que chegou a técnico principal dos leões. Gostei da atitude!