O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

6.9.07

Manhã de sábado. Espreito a praça dos Jerónimos e não há lugar para mais táxis. Dirijo-me à Cafetaria do Museu da Marinha, sento-me na mesa habitualmente ocupada por António Ramos Rosa, tomo o pequeno-almoço e leio o jornal. O espaço é muito agradável. Levanto a cabeça e depara-se-me a fachada lateral do Mosteiro dos Jerónimos; por detrás de mim, um enorme aquário e nas paredes réplicas das caravelas portuguesas.
Converso com a Luísa e pergunto-lhe pelo poeta. Fala-me dele com muita ternura. Aliás, já tinha verificado isso anteriormente.
– Costuma ler a poesia de Ramos Rosa? – perguntei-lhe de surpresa.
– Ele ofereceu-me vários livros, mas sinto dificuldade em compreender a sua poesia. Curiosamente, se for ele a ler os poemas, tudo aquilo faz sentido.