O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

7.9.07

O homem (Jorge) atravessa a praça de táxis do aeroporto (partidas) numa correria louca e a gritar: «O meu computador! O meu computador!» Desce a Alameda das Comunidades na direcção da Rotunda do Relógio. Volvidos alguns minutos, regressa à praça de táxis a chorar copiosamente. Tentámos acalmá-lo e, por fim, lá nos explicou o sucedido.
Veio de Braga até à Gare Oriente, onde tomou um táxi para o aeroporto, rumo a Natal (Brasil). Esqueceu-se do portátil no táxi e ficou em desespero, porque nele tinha guardada a sua tese de doutoramento. Fizemos apelos às rádios-táxis (Autocoope, Teletáxis e Rádio Táxis de Lisboa) e... nada!
Continuámos a dialogar, fui-lhe alimentando a esperança de que iria recuperar o portátil, até que surge uma carrinha Mercedes, preta e verde, junto à praça de táxis. O motorista sai e o brasileiro corre ao seu encontro, abraçando-o efusivamente. Uff! Todos ficámos aliviados!
Jorge veio ao nosso encontro, agradeceu-nos com um abraço e desabafou: «E ainda dizem mal dos taxistas!»