O fogareiro

Estórias de um motorista de táxi de Lisboa

7.2.08

Segunda balada para Luciana

Se aqui entra zangado
Com notícias de jornais
Já sabe que deste lado
O café tem algo mais

Uma força, um perfume
Trazido das plantações
Um calor feito de lume
Com lenha de emoções

Porque o café é diferente
Das bebidas do mercado
Mata o frio com o quente
E o corpo fica encantado

Só me apetece cantar
E entrar no pé de dança
Com a idade a recuar
Quase chego a criança

Uma luz a meio do dia
Intervalo no cinzento
Patrocina uma alegria
Dura além do momento

Saem novos paladares
O calor que se transmite
Há aqui muitos lugares
Neste pequeno limite

Que é o lugar e a mesa
Luciana e seu sorriso
Bebo café na certeza
De que existe Paraíso

José do Carmo Francisco