Terceira balada para Luciana
Luciana quase menina
Tem o jeito de mulher
Lavando na sua rotina
Chávena, pires, colher
Envolvida numa espuma
As mãos na água quente
Não pensa coisa nenhuma
É trabalho transparente
Fica um balcão brilhante
Com brilho do seu asseio
O seu olhar tão distante
Lembra lugar donde veio
Nem repara que na mesa
Se veio sentar Cesário
Chegou aqui de surpresa
Ficou sentado ao contrário
Para a Rua dos Fanqueiros
Fica a loja de ferragens
Os poemas tão pioneiros
São a força das imagens
O conde de Monsaraz
Vem a chegar em atraso
O café dá-lhe outra paz
Quando ele sai ao acaso
Pelas ruas desta Baixa
Melancolia não tem fim
E o pobre com a caixa
É um professor de latim
Luciana sorri, continua
Põe ordem no seu balcão
O poema vem para a rua
Transforma-se em canção
José do Carmo Francisco
Tem o jeito de mulher
Lavando na sua rotina
Chávena, pires, colher
Envolvida numa espuma
As mãos na água quente
Não pensa coisa nenhuma
É trabalho transparente
Fica um balcão brilhante
Com brilho do seu asseio
O seu olhar tão distante
Lembra lugar donde veio
Nem repara que na mesa
Se veio sentar Cesário
Chegou aqui de surpresa
Ficou sentado ao contrário
Para a Rua dos Fanqueiros
Fica a loja de ferragens
Os poemas tão pioneiros
São a força das imagens
O conde de Monsaraz
Vem a chegar em atraso
O café dá-lhe outra paz
Quando ele sai ao acaso
Pelas ruas desta Baixa
Melancolia não tem fim
E o pobre com a caixa
É um professor de latim
Luciana sorri, continua
Põe ordem no seu balcão
O poema vem para a rua
Transforma-se em canção
José do Carmo Francisco
<< Página inicial