Em tempos, após uma jornada da Taça de Portugal, diverti-me a descobrir nomes esquisitos de jogadores que actuavam, na altura, em Portugal. Carlos Pinhão, com o seu sentido de humor, achou piada e publicou, em A BOLA, os nomes giros do futebol português. Mais tarde, Fernando Tordo (esse mesmo, o das cantigas) «pegou» no tema e acrescentou à lista mais uns tantos nomes. Depois, foi a vez de Duda Guennes (o brasileiro mais português que conheço...) também publicar nomes giros de brasileiros (e que nomes!). 
Partindo do princípio de que nem Eusébio é um nome vulgar, torna-se mais fácil perceber como é possível um tordo escrever a um pinhão. A minha mãe não pára de me chamar Nandito e até amigos meus, que são das músicas, me chamam «O Gordo». Não dá para ficar chateado. Eles também não se aborrecem quando os chamo de «Charmosos» ou «Marrecos», porque é sempre muito mais importante quem são e o que fazem. Muito bem, diga-se de passagem.
Vem isto a propósito da Taça de Portugal e da exaustiva relação de equipas e nomes de jogadores que o vosso jornal nos fornece nestas e noutras alturas, facto que ilustra o respeito que nos merecem todos os intervenientes desta popularíssima prova. Verificamos, então, que pelo meio de tanta equipa existem nomes de jogadores que nos trazem ao rosto e ao espírito um sorriso, não o sorriso de escárnio mas o sorriso feliz de quem consegue encontrar, até nos nomes de alguns jogadores, a alegria do grande jogo -- o futebol.
Neste caso, em vez de os procurar isoladamente e fazer uma selecção, vou mais além e escolho (mandando para toda ela um abraço) a equipa do Serpa: Bicho; Fernando, Canhita, Pepe e Chorão; Gil, Pardal, Laguza e Rolim;
Abundância e
Macarrão. Parabéns, igualmente, para o grande Lusitano de Évora, que não está nada mal aviado, não senhor... Não foi o excelente Frasco quem disse que, se não fosse o nome, se calhar ninguém reparava nele?
Para terminar, aqui vai uma lembrança do meu amigo Diamantino, que conheceu e viu jogar, lá para as bandas do Tojal, esta «colecção» que é apenas fabulosa: Gentil; Tempero, Vozona, Val do Rio e Paulinho; Entendido, Aparelho, Penteado e Chino; Pachalica e Vampiro.
Fernando TordoNomes giros do futebol portuguêsMaluka, Kongolo, Mito, Major, Kipulo, Mapuata, Kiki, Escurinho, Bombas, Bala, Caneco, Fan, Mozart, Babá, Tonrró, Picoto, Cachina, Zaica, Lila, Gaivoto, Pirata, Tuna, Sambaro, Palmeirão, Mocho, N´habola, N´Dinga, Amante, Americano, Biginho, Beazia, Basófia, Becas, Buraquinho, Chapita, Chorão, Canastra, Cabaceira, Cobra, Cabritos, Camões, Copita, Catalão, Caraça, Cacau, Carocha, Chedas, Carapau, Capacete, Carrana, Cuca, Coca, Calçador, Charrua, Cepeda, Chalana, Carioca, Chicão, Caló, Cossanta, Comboio, Chanica, Chapa, Camané, Canã, Esmada, Eira, Elisário, Falica, Gato, Gabirro, Gaivota, Galvanito, Ginho, Garran, Guerrinha, Gaipo, Israel, Inglês, Joca, Jojó, Jacol, Janota, Kafa, Ladela, Lúzio, Lazeiro, Machão, Migidio, Martelo, Mussá, Maneco, Margalho, Machina, Mergulhão, Milhães, Mansilha, Maninja, Minho, Moleiro, Mirradinho, Nacib, Nino, Oeiras, Ourives, Popina, Pixote, Picanço, Piranga, Preguiça, Paciência, Piloto, Picado, Paganini, Pirra, Peruano, Passarinho, Pejo, Pelé, Quinotes, Rim, Rui Belo, Ruefe, Rilhas, Rodeia, Serambeque, Sanina, Stugo, Santo António, Safarra, Sinaleiro, Sereno, Segura, Tadeu, Tatera, Tróia, Tutas, Tita, Tute, Viçoso, Vitinha, Vilacova, Xuxa, Zoinho, Zorrinho...
E nem os árbitros escaparam: Banha, Portulês, Júlio Dinis, Andrelino, Sargaço, Caipo, Cortiço, Estriga, Sabença, Costeira, Ourives, Amendoeira, Caracol, Vacas, Caroço, Crujo...